No mundo globalizado em que vivemos torna-se vital discutir a temática dos direitos da criança. Este blog pretende... dentro do possível...contribuir para essa discussão a partir da Sociologia da Infância.
O número de crianças até aos cinco anos que morrem no mundo baixou para quase metade em duas décadas, dos 12,4 milhões em 1990 para os 8,1 milhões em 2009, segundo dados da Unicef.
As estimativas revelam que a taxa de mortalidade infantil até aos cinco anos no mundo passou de 89 óbitos por mil nados vivos, em 1990, para os 60, em 2009.
Para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os dados sugerem que menos 12 mil crianças morrem actualmente por dia, comparativamente com 1990.
Toda criança tem direito a brincar. Segundo Chamboredon e Prévot (1973) brincar é o ofício da criança.
Este direito foi incluído na Declaração das Nações Unidas dos Direitos da Criança em 1959 e reiterado em 1990, quando a ONU adotou a Convenção dos Direitos da Criança. No artigo 31 da Convenção estabelece-se que “1. Os Estados Partes reconhecem à criança o direito ao repouso e aos tempos livres, o direito de participar em jogos e actividades recreativas próprias da sua idade e de participar livremente na vida cultural e artística”.
Brincar é uma atividade social muito importante para as crianças e é nuclear para a construção das suas relações sociais e das formas coletivas e individuais de interpretarem o mundo (Borba, 2005).
·Brincar é a forma fundamental das crianças desfrutarem da sua infância. É essencial para a sua qualidade de vida como crianças.
·Brincar é divertido.
·Brincar pode promover o desenvolvimento das crianças, a aprendizagem, a imaginação, a criatividade e a independência. É um atividade propiciadora da aprendizagem da sociabilidade.
·Brincar pode ajudar a manter crianças saudáveis e ativas.
·Brincar permite que as crianças experimentem os limites, aprendendo a avaliar a
gestão do risco nas suas vidas, físico e social.
·Brincar ajuda as crianças a entender as pessoas e os lugares nas suas vidas, aprender sobre o meio ambiente e a desenvolver a sua pertença à comunidade onde estão inseridas.
·Brincar permite às crianças descobrirem-se: habilidades, interesses e saberes.
·Brincar pode ser terapêutico. Ajuda as crianças a lidar com circunstâncias difíceis ou dolorosas.
·Brincar pode ser uma maneira de construir e manter relações importantes com amigos, cuidadores e familiares.
Fonte: Adaptado de Charter for Children’s Play
Fotografia: FarleyNurserySchool
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
É interessante ler uma posição diferente da nossa. Leiam a entrevista ao pediatra francês Aldo Naouri (1937- ) que defende, entre outras coisas, que os pais nunca devem pedir desculpa aos filhos.
Segundo Larrosa, "a infância é um outro: aquilo que, sempre além de qualquer tentativa de captura, inquieta a segurança de nossos saberes, questiona o poder de nossas práticas e abre um vazio em que se abisma o edifício bem construído de nossas instituições de acolhimento. Pensar a infância como um outro é, justamente, pensaressa inquietação, esse questionamento e esse vazio (1999:184).
O que pensam disto?
Bibliografia: Larrosa, J. (1999). O enigma da infância ou o que vai do impossível ao verdadeiro. In Larrosa J. e LARA, N. (orgs.). Imagens do outro. 2ª ed. Petrópolis, R.J.: Vozes.