No mundo globalizado em que vivemos torna-se vital discutir a temática dos direitos da criança. Este blog pretende... dentro do possível...contribuir para essa discussão a partir da Sociologia da Infância.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Para 2009,
que eu sinta os pulmões com duas velas pandas
e que eu diga em nome dos mortos e dos vivos
em nome do sofrimento e da felicidade
em nome dos animais e dos utensílios criadores
em nome de todas as vidas sacrificadas
em nome dos sonhos
em nome das colheitas em nome das raízes
em nome dos países em nome das crianças
em nome da paz
que a vida vale a pena que ela é a nossa medida
que a vida é uma vitória que se constrói todos os dias
que o reino da bondade dos olhos dos poetas
vai começar na terra sobre o horror e a miséria
que o nosso coração se deve engrandecer
por ser tamanho de todas as esperanças
e tão claro como os olhos das crianças
e tão pequenino que uma delas possa brincar com ele
(António Ramos Rosa, de Viagem através duma Nebulosa, 1960)
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Infância e Consumo
Podemos afirmar que as sociedades contemporâneas são atingidas por um processo de Mcdonaldização (Ritzer, 1998) ou pela metáfora de Coca-Colonização do mundo de Bhabha (2003). Não se trata apenas do consumo por si só, ou seja, da aquisição de produtos e materiais, mas fundamentalmente do consumo de signos e imagens, tornando desta forma as mercadorias em ilusões culturais (Featherstone, 1991) que os indivíduos desejam consumir.
Com a globalização dos media, o estilo de consumismo associado às sociedades capitalistas difundiu-se do centro para a periferia. E, segundo Gunter e Furnham (1998), o mercado infantil adquiriu uma importância extrema, sobretudo por duas razões: pelo impacto que as mensagens dirigidas às crianças têm junto delas e pelo papel que as crianças podem desempenhar ao influenciar a compra de produtos pelos pais, que só nos Estados Unidos da América, atingiu cerca de 172 biliões de dólares. Os mesmos autores salientam a questão da protecção dos consumidores infantis, uma vez que as estratégias desenvolvidas pela aliança indústria/publicidade a fim de conquistar a área da infância são, desde muito cedo, um mercado ávido e reivindicativo perante o poder de compra que, neste caso, os pais consubstanciam. É possível, pela primeira vez na história, definir estratégias de marketing global dirigida às crianças - generation market clout (Gunter e Furnham, 1998).
As crianças estão inseridas na moderna cultura do consumo, tecnológica e urbana, que confere existência e situa a consciência colectiva (Fortuna, 1999). Esta relação composta, híbrida e complexa, expressa na relação global-local, é representada pelos brinquedos e brincadeiras, vestuários, música das crianças, ideais de consumo.
Revelam, pelos discursos e comportamentos, processos que supõem as suas vivências pessoais e familiares e de vizinhança e, simultaneamente, as ofertas culturais de uma cultura global.
Vejam Criança, a alma do negócio, de Estela Renner e Marcos Nisti, que foi lançado no 2º Fórum Internacional Criança e Consumo (23 de Setembro de 2008), no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo (Brasil):
http://www.youtube.com/watch?
Consulte também: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/AcaoJuridica.aspx?v=1&id=52
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
UNESCO Global Monitoring Report 2009
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Crianças e Piscinas
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
IV Ciclo Anual Jovens Cientistas Sociais
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Observatório
Abandono Escolar
O IAC lançou o Boletim do Centro de Estudos e Documentação sobre a Infância sobre o Abandono Escolar (n.9, Novembro de 2008.
Vale a pena ler.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Direitos da Criança na Cidade
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
O que as crianças sabem sobre os seus direitos?
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Direito à Saúde: a diferença que o dinheiro faz
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Baptismos Civis
Em 2004 realizaram-se as primeiras cerimónias de baptismo civil laico em Espanha, especificamente em Igualdada (Barcelona), onde o presidente da Câmara leu a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU e um capítulo da constituição espanhola referindo-se à educação.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Crianças no Irão
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Apoiar a TEM
No dia 5 de Outubro de 2008, irão decorrer dois espectáculos de solidariedade: um pelas 11h e o outro pelas 16h30.
A TEM necessita apoios!
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Subsídios Sociais de Maternidade e Paternidade
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Número Único Europeu para Crianças Desaparecidas
terça-feira, 15 de julho de 2008
Infância e movimentos sociais
sexta-feira, 20 de junho de 2008
O melhor interesse da criança
terça-feira, 3 de junho de 2008
Crianças, jovens, adolescentes?
Decorreu no Chipre, de
Face a mudanças sociais cada vez mais intensas e ao facto de que as crianças terem problemas em ser consideradas crianças, o que os sociólogos da infância dizem sobre isto? Aqui fica o desafio para um debate …
Violência na Escola e Políticas Públicas
terça-feira, 13 de maio de 2008
Convenção contra a Exploração e Abuso sexual de Crianças
Contudo, assistimos diariamente à prisão e denúncia de casos de pedofilia e abuso de crianças... Uma Convenção de baixa intensidade? Porque?
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Convenção sobre a Adopção de Crianças
- o consentimento do pai é requerido em todos os casos, inclusive quando a criança nasceu fora de casamento.
- o consentimento da criança é necessário se a mesma tiver suficiente compreensão para dá-lo.
- estende aos pares solteiros heterossexuais que se encontram numa sociedade registrada nos Estados que reconhecem a essa instituição, e escolher. Também permite aos Estados livres estender adopções aos pares homossexuais e os do mesmos sexo- que vivem junto numa relação estável.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Petição em Prol das Crianças Vítimas de Crimes Sexuais
terça-feira, 29 de abril de 2008
Educação das Crianças dos 0-12 anos
quarta-feira, 16 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Infância e Cidade
A cidade pode ser concebida como um espaço de acção colectiva. No entanto, as crianças continuam a estar na periferia, excluídos. Regra geral, não são membros activos e participativos da cidade. Quando se discute o planeamento das cidades, a política urbana, as grandes opções urbanas, as crianças raramente participam.
Em ordem a reconstruir e a repensar as cidades, a partir de uma perspectiva contra-hegemónica e includente, foi constituído na década de 90 do século XX o movimento de Cidades Educadoras. Barcelona, em 1990 foi a primeira cidade educadora. Actualmente, muitas cidades adoptaram a Carta das Cidades Educadoras e, em 1994 formalizou-se como Associação Internacional de Cidades Educadoras.
Paulo Freire (1992) afirmou que " a cidade converte-se em cidade educadora a partir da necessidade de educar, de aprender, de imaginar...; sendo educadora, a cidade é, por sua vez, educada".
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Infância, Escola, Violência
As discussões recentes na sociedade portuguesa pautam-se pelas recentes notícias de violência na escola. Não é uma problemática recente mas assume hoje contornos complexos...mais que não seja pelo processo de mediatização a que está actualmente sujeita. Não se trata de um problema individual, de x aluno e y professor ... mas trata-se relacionar a violência na escola como um problema colectivo e de pensar a escola no seu todo, como um espaço de exercício de cidadanias.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Inquérito
Pode ser preenchido até ao próximo dia 4 de Abril.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Infância num tubo de ensaio
Na modernidade ocidental, actualmente, reciclam-se velhos-novos paradigmas e imagens da infância, que é importante conhecer e caracterizar porque são responsáveis pelo processo de invisibilidade das crianças e da sua realidade social. Apesar de não serem divisões simbólicas estanques, são dispositivos de interpretação que se revelam no plano da justificação da acção dos adultos com as crianças. É preciso ter em conta os factores de heterogeneidade que geram essas divisões. Podemos sintetizar esses paradigmas nos seguintes (Tomás, 2006): Paradigma do Paternalismo, da Propriedade e da Domesticação; Paradigma da Protecção e do Controlo; Paradigma da Periculosidade e Paradigma da Periculosidade; e 4. Paradigma da biologização, genetização e medicalização. Ajudam-nos a compreender a medida que a polícia britânica quer adoptar.
Estamos diante de um essencialismo genético, que é uma forma reducionista de tentar explicar os fenómenos apenas do ponto de vista biológico ou genético. Porque não atacar as causas da violência e da delinquência, como o desemprego, a precariedade, a falta de habitação, a falta… de tanta coisa!
terça-feira, 11 de março de 2008
Crianças dalit
Quando vivemos não só numa quotidianeidade consumista mas também consumimos as mesmas marcas globais, o consumo tornou-se um fenómeno global. Apesar disso, a produção desses objectos e produtos globais pode estar localizada, dependendo das vantagens dos custos, por exemplo, nas crianças que estão presas aos teares na Índia, contribuindo para uma cultura mundial de consumo de vestuário. Esta crianças pertencem, na sua maioria, pertencem à casta mais baixa, as crianças dalit. Que são maioritariamnete pobres e analfabetas e enfrentam abusos diários.
Fonte fotografia: Meninos com menos de 10 anos faziam roupas para a GAP.As autoridades indianas encontraram 14 crianças a trabalhar ilegalmente numa fábrica da marca de roupa GAP. Os rapazes, todos com menos de 10 anos, trabalhavam cerca de 15 horas por dia.
http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2007/10/30/criancas-indianas-alvo-de-exploracao-infantil/
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
O que é preciso para fazer com que nasçam mais crianças em Portugal?
De acordo com o Relatório da Divisão de População das Nações Unidas (2004), o envelhecimento da população é uma realidade no velho mundo. No Sul da Europa a diminuição da natalidade é a mais acentuada: 1,45 em Portugal, 1,27 na Grécia, 1,23 em Itália e 1,15 em Espanha. Em 2050, prevê-se que a média etária destas populações oscile entre os 49 anos, em Portugal, e os 52 anos, em Itália. Podemos ler no Relatório que o número de crianças entre 0 e 14 anos no mundo é de 1,82 bilhões, o que representa cerca de 28% da população mundial. A ONU estima que a população mundial de crianças até 2050 será de apenas 20% do total, diminuindo nos países centrais, aumentando apenas nos países periféricos.
Portugal tem umas das taxas de natalidade mais baixas da Europa. Em 2005, segundo dados do INE nasceram 109.457 crianças. Face a este cenário, o Governo criou um conjunto de incentivos à natalidade. Contudo, não são suficientes senão foram combatidos alguns dos problemas que caracterizam a sociedade portuguesa: alta taxa de desemprego (7,9% no último trimestre de 2007; e, afecta sobretudo as mulheres); precariedade no emprego; o facto dos direitos de maternidade nem sempre compatíveis com o trabalho; a duplicidade de situações em função dos rendimentos: algumas mulheres têm direito a quatro meses de licença de maternidade, outras a cinco meses, de acordo com as disponibilidades económicas; direitos diferentes em função do estado civil, por exemplo a assistência à família e acompanhamento aos filhos para quem vive em união de facto; poucos direitos das mães e pais para o acompanhamento escolar e médico dos seus filhos; falta de equipamento sociais de apoio à infância; os bens de primeira necessidade para as crianças terem um IVA de 21% (como por exemplo as cadeiras de crianças para os carros), etc., etc., etc.
Para dar resposta à pergunta do Presidente da República será preciso mais do que este conjunto de medidas anunciadas. Será necessário, garantir direitos sociais e económicos; aumentar os salários e o emprego, não precário e não flexível; garantir o acesso universal aos equipamentos sociais de apoio à infância, à educação, saúde… e à habitação. Quando muitos vezes o salário serve para pagar o empréstimo da casa, torna-se difícil tudo o resto…Talvez assim…
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Estado Mundial da Infância 2008: Sobrevivência Infantil
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Crianças portadoras de deficiência e participação
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Exemplos para as crianças
A ONG Australiana NAPCAN, que cuida exclusivamente de assuntos relacionados com o bem-estar das crianças, lançou recentemente em todo território Australiano uma Campanha com o slogan "O que as crianças vêem elas fazem"(tradução livre). Vale a pena ver...
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Crianças vítimas de abusos sociais
Não se trata apenas de discutir a lentidão da justiça, neste e noutros casos, mas da forma como os direitos destas crianças têm sido negligenciados pelo Estado e como as alterações ao Código do Processo Penal vieram prejudicar as investigações.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Carta da Criança Hospitalizada
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Pobreza na Europa
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Acolhimento de Crianças
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Infância e Participação
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Maus-tratos e natalidade
Esses dois acontecimentos assinalam os dois factores sociológicos determinantes da situação das crianças em Portugal: a não promoção e garantia de direitos e as alterações de comportamento das famílias portuguesas no que diz respeito à natalidade, sobretudo por condicionantes sócio-económicas.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Infância e Empreendedorismo
No nosso país existe o Projecto Nacional de Educação para o Empreendedorismo que visa fomentar nas escolas um conjunto de iniciativas que promovam competências e atitudes que levem as crianças a empreender. A temática do empreendedorismo e da infância é considerada importante pela UNICEF que lançou um relatório sobre a temática: Adolescents and Civil Engagement: Social Entrepreneurship and Young People (2007 – http://www.crin.org/docs/learning.pdf).
Uma questão se coloca aqui: qual o sentido? O de Schumpeter (1934), de realça do papel do indivíduo, nesta caso da criança, como protagonista de processos de mudança ou das crianças como agentes de mudança? Um desafio...
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Cidades Amigas da Infância
Uma Cidade Amiga da Infância é um sistema local de bom governocomprometido a garantir os direitos das meninas, crianças e adolescentes.Uma Cidade Amiga da Infância garante o direito de qualquer jovem cidadão a:
- Influir sobre as decisões que se tomem na sua localidade;
- Expressar sua opinião sobre a localidade que querem;
- Participar na sua família, comunidade e na vida social;
- Receber serviços básicos como saúde, educação e protecção;
- Beber água potável e ter acesso aos serviços de limpeza adequados;
- Ser protegido da exploração, a violência e o abuso;
- Passear seguro nas ruas nas quais vive;
- Encontrar-se com seus amigos e jogar;
- Ter espaços verdes para plantas e animais;
- Viver em um meio ambiente não contaminado;
- Participar de eventos sociais e culturais.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Situação das crianças em Portugal: o que fica do ano que passou
- A educação pré-escolar das crianças faz-se a partir dos 4 anos de idade até à entrada na escola básica.
- Principais problemas que afectam a infância em Portugal: o abuso de crianças, os maus-tratos em geral, a pobreza, tráfico de crianças para fins de exploração sexual e trabalho forçado …
- Desde 2004 que assistimos ao julgamento mediático do caso de pedofilia envolvendo a Casa Pia… até quando?
- Temos assistido à retirada de crianças das suas família de acolhimento, famílias de afecto para serem entregues a estranhos, os seus pais biológicos… o sangue prevalece sobre os afectos?
Esperemos que 2008 seja um melhor ano para as crianças e para a infância em Portugal.