quarta-feira, 11 de julho de 2007

A pobreza infantil: uma espécie de fatalidade?


Apesar de todas as transformações nas condições de vida das crianças, decorrentes dos variados progressos da modernidade – nomeadamente no atendimento materno-infantil, na promoção de processos de escolarização e educação para todos, na evolução do reportório de documentos normativos de explicitação de direitos e garantias, da abertura de espaços para a protecção e o acolhimento, para o lazer e mesmo para a participação infantil – persistem os factores de desigualdade social, baseados em condições estruturais e em representações sociais, culturais, simbólicas e ideológicas subjacentes à idade/geração.
Conforme se pode comprovar pela análise dos relatórios que as ONG’s têm vindo a apresentar sobre a situação da infância a nível global, nomeadamente os relatórios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), continua a verificar-se indicadores preocupantes relativamente à situação mundial da infância.
Podemos ler no Relatório da UNICEF sobre a Situação Mundial da Infância (2005) que uma em cada duas crianças no mundo vive em situação de pobreza e um em cada dois pobres é criança. A pobreza crónica continua, desta forma, a constituir um dos principais obstáculos à garantia dos direitos das crianças. Ora, num tempo de uma prosperidade global sem precedentes, a persistência de tamanha pobreza é imperdoável…diria mesmo obscena. E quando falamos de Portugal há que registar o facto de ser considerado o país mais desigual da União Europeia (Eurostat, 2006).
Actualmente, a necessidade de fazer um diagnóstico sobre a pobreza infantil em Portugal é urgente. Mas mais do que isso, é necessário definir medidas e políticas concertadas…bom, o que era mesmo necessário era uma mudança nas orientações políticas e ideológicas seguidas!

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